quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

PT omite doação de empresa que Valério diz ter sido beneficiada pelo mensalão


Julianna Granjeia
Do UOL, em São Paulo
A Justiça Eleitoral detectou que o Diretório Municipal do PT em São Paulo omitiu na declaração da campanha do prefeito eleito Fernando Haddad (PT) a despesa com serviços da empresa Caso Sistema de Segurança, empresa da mulher de Freud Godoy, ex-assessor pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e envolvido no escândalo que ficou conhecido como dos aloprados.

Secretários do prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT)

Foto 9 de 20 - Igualdade Racial - Netinho de Paula (PC do B) durante caminhada de campanha com Fernando Haddad (PT). Vereador reeleito este ano, Netinho foi pré-candidato a prefeito de São Paulo, mas abriu mão da candidatura para que o PC do B pudesse indicar a vice na chapa de Haddad, Nádia Campeão. Netinho também foi cantor do grupo Negritude Júnior e apresentador de TV. Sua vaga na câmara deverá ser assumida pelo ex-ministro dos Esportes Orlando Silva (PC do B) Victor Moriyama/Folhapress
Em depoimento prestado em setembro à Procuradoria-Geral da República, e revelado pelo jornal "O Estado de S.Paulo" na terça-feira (11), o publicitário Marcos Valério afirmou que a empresa de Godoy recebia recursos para intermediar o pagamento de despesas pessoais do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2003.
O depoimento foi dado após o empresário ter sido condenado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
De acordo com a Justiça Eleitoral, o diretório petista em São Paulo não apresentou documento comprovando que o gasto de R$ 30.655.11 com a empresa não era destinado à campanha de Haddad, "mas sim uma despesa rotineira do partido", como foi justificado ao juiz da 6ª zona eleitoral (Vila Mariana), Paulo Furtado de Oliveira Filho, após pedido de explicação da despesa.
Valério, segundo o jornal, afirma ainda que o ex-presidente Lula deu aval para os empréstimos que serviriam de pagamentos a deputados da base aliada, esquema que ficou conhecido como mensalão e está sendo julgado pelo STF (Supremo Tribunal Superior).
Reportagem do jornal "Folha de S.Paulo", desta quarta-feira (12), afirma que Godoy continua recebendo pagamentos do PT, de cerca de R$ 26 mil por mês. Até o ano passado, a Caso recebeu mais de R$ 1 milhão do fundo partidário da sigla.
A empresa foi fundada em junho de 2003, poucos meses depois de Lula assumir a Presidência. Godoy deixou formalmente a sociedade em 2009 --a empresa apenas no nome de sua mulher, mas continua atuando como seu diretor.
No depoimento à Procuradoria-Geral da República, Valério afirmou que, em 2003, foram feitos dois repasses para Lula, por meio da empresa de Godoy, que era uma espécie de "faz tudo" do ex-presidente.

Veja os 20 candidatos mais ricos das capitais do Brasil

Foto 1 de 20 - 1º - Mauro Mendes (PSB): Candidato à Prefeitura de Cuiabá, Mendes disse ter R$ 116,8 milhões em seu registro de candidatura feito no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Entre os bens declarados estão uma casa, no valor de R$ 630 mil, e um terreno de R$ 570 mil. Além disso, o candidato disse ter R$ 105 milhões em ações Mais Mayke Toscano/Hipernoticias

Outro lado

O Diretório Municipal do PT informou que a Caso Sistema de Segurança foi contratada em janeiro para fazer a vigilância patrimonial da sede, na região central de São Paulo, e que, portanto, não há relação com a campanha de Haddad, iniciada em julho.
O PT também informou que vai recorrer da decisão com documentação suplementar sobre o contrato da empresa.

Contas rejeitadas

A Justiça Eleitoral rejeitou nesta quarta-feira (12) a prestação de contas apresentadas pelo prefeito eleito em São Paulo, Fernando Haddad (PT), e do Diretório Municipal petista. De acordo com o juiz da 6ª Zona Eleitoral (Vila Mariana), Paulo Furtado de Oliveira Filho, "as irregularidades são graves, impedindo a verificação da origem dos recursos arrecadados para quitação de todas as despesas assumidas pelo candidato".
A desaprovação das prestações de contas do candidato não impede a sua diplomação.
Na decisão, o juiz diz que as informações prestadas são inconsistentes. Para Oliveira Filho, há irregularidade na contratação, no valor de R$ 4,6 milhões, da empresa AJM de Azevedo Eletrônicos-EPP.
O magistrado afirma que a empresa não emitiu notas fiscais eletrônicas, teria fornecido carros de som e material publicitário em volume muito acima a sua capacidade de estocagem, pois está instalada em imóvel de pequeno porte, além de o candidato ter locado veículos de som no mesmo valor com empresa diversa.
Oliveira Filho afirma que esse fato permite "a conclusão de que se trata da mesma despesa paga em duplicidade, já que nos autos não há menção a quais veículos dirigiu-se a contratação da outra empresa". Portanto, segundo o juiz, não há elementos convincentes da regularidade das despesas efetuadas pelo candidato com a empresa AJM.
Outro problema detectado pelo juiz foi o gasto do candidato com a Polis Propaganda & Marketing Ltda., no valor de R$ 30 milhões. A empresa recebeu, ao longo do período eleitoral, 30% do contratado e, na véspera do segundo turno, emitiu 21 notas fiscais sequenciais no valor de R$ 1 milhão cada.
"Dívida assumida pelo Diretório Municipal do PT, para pagamento futuro. Trata-se da maior contratação de despesa do candidato, certamente a mais relevante, porém não foi juntada aos autos a planilha contendo a descrição dos serviços, como previsto em contrato", afirma Oliveira Filho.
A coordenação da campanha de Haddad informou que irá recorrer da decisão "com documentação suplementar para comprovar a efetiva prestação dos serviços das empresas AJM de Azevedo Eletrônicos-EPP e da Polis Propaganda e Marketing Ltda, sanando todas dúvidas suscitadas pelo juiz".
Oliveira Filho reprovou, em outro processo, a prestação de contas do Diretório Municipal do PT relativa às eleições municipais deste ano.
O magistrado apontou como irregular a ausência de declaração de R$ 132 mil doados por Jofege Pavimentação e Construção Ltda.
Na decisão, o juiz também suspendeu o repasse de recursos do fundo partidário das direções nacional e regional ao diretório municipal do partido pelo período de quatro meses. Já a prestação de contas do comitê financeiro municipal único foi aprovada.
A 6ª zona eleitoral de São Paulo foi designada pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral) para julgar as prestações de contas referentes às eleições municipais na capital

Juiz desaprova prestação de contas de Haddad



As contas do comitê de campanha do prefeito eleito de São Paulo Fernando Haddad foramrejeitadas na primeira instância da Justiça Eleitoral. Desaprovou a escrituração o juiz Eleitoral Paulo Furtado de Oliveira Filho.
O magistrado anotou em seu despacho: “as irregularidades são graves, impedindo a verificação da origem dos recursos arrecadados para quitação de todas as despesas assumidas pelo candidato.” O PT já anunciou que irá recorrer.
No oficial, a tesouraria de Haddad arrecadou R$ 42 milhões. Gastou muito mais: R$ 68 milhões. Restou um buraco de R$ 26 milhões. O juiz estranhou o pedaço da contabilidade que trata da contratação de carros de som e material publicitário. Coisa de R$ 4,6 milhões. Farejou indícios de despesa “paga em duplicidade”.
O magistrado achou esquisito também o modo como o comitê de Haddad relacionou-se com outro prestador de serviços. Às véspera do segundo turno da eleição, a tal empresa emitiu 21 notas fiscais de R$ 1 milhão cada. A numeração das notas é sequencial.
A dívida foi assumida pelo diretório municipal do PT numa operação do tipo ‘devo, não nego, pago quando pouder’. “Trata-se da maior contratação de despesa do candidato, certamente a mais relevante, porém não foi juntada aos autos a planilha contendo a descrição dos serviços, como previsto em contrato”, anotou o magistrado.
Como se fosse pouco, o diretório municipal do PT absteve-se de declarar pagamentos de R$30.655,11 feitos à empresa Caso Sistema de Segurança. Pertence à mulher de Freud Godoy, um ex-faz-tudo de Lula, afastado da assessoria do Planalto nas pegadas do escândalo dos aloprados.
Godoy foi mencionado por Marcos Valério no depoimento que prestou à Procuradoria da República em 24 de setembro. O operador do mensalão disse ter repassado dinheiro sujo do esquema para o pagamento de despesas pessoais de Lula. Os repasses foram feitos, segundo Valério, por meio de depósitos feitos na conta da empresa Caso.
O PT recorrerá contra a decisão do juiz Paulo Furtado no TRE de São Paulo. Em caso de derrota, a legenda ainda poderá recorrer ao TSE, em Brasília. Haddad tomará posse em janeiro. Lá na frente, quando ninguém mais se lembrar da encrenca, a Justiça Eleitoral julgará o caso em termos definitivos. Ganha um manual de contabilidade quem adivinhar que fim vai levar esse processo.

Governo blinda Rosemary e aprova convite para ouvir Gurgel e FHC


Com o apoio e a articulação do senador Fernando Collor (PTB-AL), a base governista conseguiu impedir nesta quarta-feira a convocação de Rosemary Noronha, ex-chefe da gabinete da Presidência em São Paulo, para ser ouvida na Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência do Congresso. Também foram derrubados os requerimentos para ouvir a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams.
Em retaliação, Fernando Collor ainda trabalhou para aprovar convites para que sejam ouvidos na comissão o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, dando sequência à sua sanha contra o Ministério Público. A inclusão do nome do ex-presidente tucano foi uma provocação do líder do PT, Jilmar Tatto, que pede informação sobre a chamada “lista de Furnas” – documento forjado para atingir a oposição e abafar investigações sobre o escândalo do mensalão. Como se trata de convite, o comparecimento de Gurgel e FHC não é obrigatório.
O líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), afirmou que articulação governista é uma “névoa” para tentar minimizar o estrago das revelações feitas pelo operador do mensalão, Marcos Valério, em depoimento ao Ministério Público Federal e a Operação Porto Seguro da Polícia Federal. ”Nós não temos o menor temor, é mais um movimento de o PT camuflar o que de fato o atinge e o preocupa.”
(Marcela Mattos, de Brasília)

Joaquim Barbosa diz que MP deve investigar Lula


Mensalão


Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do mensalão afirma ter "conhecimento oficioso" do depoimento prestado por Marcos Valério à PGR

Laryssa Borges, de Brasília
O presidente do STF, Joaquim Barbosa, durante julgamento do mensalão, em 10/12/2012
O presidente do STF, Joaquim Barbosa (José Cruz/ABr)
Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Joaquim Barbosa defendeu nesta terça-feira que o Ministério Público investigue a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema criminoso do mensalão. O envolvimento do petista, revelado em depoimento do publicitário Marcos Valério à Procuradoria-Geral da República, aponta que o valerioduto arcou com "despesas pessoais" do ex-presidente. Os recursos no valor de 98 500 reais foram depositados, segundo o do operador do mensalão, na conta da empresa de segurança Caso, de propriedade do ex-assessor da Presidência Freud Godoy.
No intervalo da sessão plenária do Conselho Nacional de Justiça, Joaquim Barbosa disse que o MP deve apurar as novas informações, mas evitou comentar o conteúdo do depoimento. O magistrado disse ter tomado conhecimento do teor das revelações de forma "oficiosa". Ao ser questionado se o Ministério Público deveria abrir um inquérito sobre o caso, respondeu: "Eu creio que sim".
Como Lula não detém mais foro privilegiado, as possíveis investigações seriam realizadas na primeira instância. Conforme o depoimento de Valério ao MP, revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo, o ex-presidente Lula deu aval para que as agências de publicidade do operador do mensalão tomassem empréstimos com os bancos BMG e Rural. Segundo o Ministério Público, esses recursos foram utilizados para corromper parlamentares aliados no primeiro mandato de Lula na Presidência.

Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator do mensalão afirma ter "conhecimento oficioso" do depoimento prestado por Marcos Valério à PGR

Laryssa Borges, de Brasília
O presidente do STF, Joaquim Barbosa, durante julgamento do mensalão, em 10/12/2012
O presidente do STF, Joaquim Barbosa (José Cruz/ABr)
Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Joaquim Barbosa defendeu nesta terça-feira que o Ministério Público investigue a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema criminoso do mensalão. O envolvimento do petista, revelado em depoimento do publicitário Marcos Valério à Procuradoria-Geral da República, aponta que o valerioduto arcou com "despesas pessoais" do ex-presidente. Os recursos no valor de 98 500 reais foram depositados, segundo o do operador do mensalão, na conta da empresa de segurança Caso, de propriedade do ex-assessor da Presidência Freud Godoy.
No intervalo da sessão plenária do Conselho Nacional de Justiça, Joaquim Barbosa disse que o MP deve apurar as novas informações, mas evitou comentar o conteúdo do depoimento. O magistrado disse ter tomado conhecimento do teor das revelações de forma "oficiosa". Ao ser questionado se o Ministério Público deveria abrir um inquérito sobre o caso, respondeu: "Eu creio que sim".
Como Lula não detém mais foro privilegiado, as possíveis investigações seriam realizadas na primeira instância. Conforme o depoimento de Valério ao MP, revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo, o ex-presidente Lula deu aval para que as agências de publicidade do operador do mensalão tomassem empréstimos com os bancos BMG e Rural. Segundo o Ministério Público, esses recursos foram utilizados para corromper parlamentares aliados no primeiro mandato de Lula na Presidência.

'Não posso acreditar em mentiras', diz Lula sobre depoimento de Valério



Ex-presidente participou de abertura de evento em Paris ao lado de Dilma.
À Procuradoria, segundo jornal, Marcos Valério envolveu Lula no mensalão.

Do G1, em Brasíli

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silvanão quis comentar nesta terça (11), em Paris, as acusações feitas por Marcos Valério, em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República em setembro, de que ele tinha conhecimento do esquema do mensalão e teria autorizado empréstimos do Banco Rural e do BMG para o PT.
"Não posso acreditar em mentiras", disse Lula após a abertura do Fórum pelo Progresso Social, evento organizado pelo Instituto Lula e pela fundação francesa Jean Jaurès, em Paris (veja no vídeo acima). O encontro contou com participações do presidente da França, François Hollande, e da presidente do Brasil, Dilma Rousseff.
Segundo reportagem publicada na edição desta terça do jornal "O Estado de S. Paulo", Valério, apontado como operador do mensalão e condenado a mais de 40 anos de prisão pelo STF, disse que Lula autorizou empréstimos dos bancos Rural e BMG para o PT com objetivo de viabilizar o esquema. Conforme a publicação, o dinheiro também foi usado para pagamento de "despesas pessoais" de Lula.
"O Estado S. Paulo" informa que teve acesso às 13 páginas do depoimento de três horas e meia dado por Marcos Valério no último dia 24 de setembro. De acordo com o texto, Valério procurou voluntariamente a Procuradoria-Geral após ter sido condenado pelo STF pelos crimes de formação de quadrilha, corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Em troca do novo depoimento e de mais informações sobre o esquema de desvio de dinheiro público para o PT, Valério pretende obter proteção e redução de sua pena.
Mais cedo, o Instituto Lula informou ao G1 que o ex-presidente não pretende se manifestar sobre a reportagem. Mas, segundo a assessoria do instituto, se mudar de ideia, Lula vai se pronunciar por meio de nota oficial.
 Presidente do STF defende apuração
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, afirmou que Ministério Público deve apurar a acusação, feita por Marcos Valério, de que Lula sabia do esquema do mensalão. Durante intervalo da sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ao ser questionado por jornalistas se as acusações deveriam ser investigadas, ele disse: "Eu creio que sim".
Barbosa não respondeu se considerava a acusação grave e disse que tomou conhecimento "não oficial" do depoimento dado por Marcos Valério. "Tomei conhecimento oficioso, não oficial".
O ministro Marco Aurélio Mello afirmou que "cabe a quem de direito tomar as providências" sobre o novo depoimento. "Cabe a quem de direito tomar providências. O que se deve destacar é que não há repercussão no processo da AP 470. Caberá ao Ministério Público avaliar. [...] Se o procurador entender que há elemento e que deve pedir instauração de inquérito, cabe a ele. Não emito entendimento porque sei do depoimento pelos jornais", afirmou o ministro.
Caberá ao Ministério Público avaliar. [...] Se o procurador entender que há elemento e que deve pedir instauração de inquérito, cabe a ele"
Marco Aurélio Mello, ministro do STF
Procuradoria não vai se pronunciar
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse por meio de sua assessoria de imprensa, que não vai se pronunciar sobre o assunto até o final do julgamento no STF. A Procuradoria já havia informado que novas informações repassadas por Marcos Valério não seriam incluídas na ação do mensalão, embora pudessem resultar na abertura de um novo processo em primeira instância, por exemplo.
Autor da denúncia do mensalão, o ex-procurador-geral da República Antonio Fernando de Souza afirmou que a abertura de um novo inquérito para investigar a eventual participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no esquema dependeria da apresentação de provas que apontassem a veracidade do depoimento de Valério ao Ministério Público Federal.
"A informação que eu tive é que esse depoimento é baseado no 'eu acho', 'eu vi', 'me disseram'. Não sei o que o Ministério Público Federal tem a fazer, mas pelo que vi não tem nem o que fazer porque não tem documentos, não tem a data. Só tem a fala, sem indicação de como confirmar isso, pelo que sondei", disse.
Ouvir Marcos Valério é propor transparência, é colocar todo o fato à luz, para que a sociedade possa dele tomar conhecimento"
Álvaro Dias, líder do PSDB no Senado
Oposição quer ouvir Valério
O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PSDB-PR), afirmou que vai protocolar convite para que Marcos Valério preste explicações na Casa sobre depoimento dado à Procuradoria-Geral da República. "Vamos criar o fato político no Congresso. Ouvir Marcos Valério é propor transparência, é colocar todo o fato à luz, para que a sociedade possa dele tomar conhecimento".
O senador Aécio Neves (PSDB-MG) classificou como "graves" as declarações de Marcos Valério e defendeu investigação pela Procuradoria-Geral da República. "[São] graves, na direção daquilo que a imprensa já havia publicado. Cabe a meu ver a PGR analisar que procedimentos tomará em seguida, se há novos indícios que possam modificar sua posição", disse.
O PPS também cobrou que o Ministério Público abra investigação para apurar o envolvimento de Lula no esquema do mensalão. "Diante das declarações dadas ao Ministério Público não resta outro caminho. É abertura imediata de inquérito", afirmou o presidente do partido, deputado Roberto Freire (SP).
Lamentável que denúncias sem nenhuma base na realidade sejam tratadas com seriedade"
Rui Falcão, presidente do PT, em nota
PT aponta 'mentiras envelhecidas' 
O Instituto Lula informou ao G1 que ele não pretende se manifestar sobre a reportagem. Mas, segundo a assessoria do instituto, se mudar de ideia, Lula se manifestará por meio de nota oficial.
O PT divulgou nota nesta terça lamentando a divulgação pela imprensa do depoimentode Valério à Procuradoria-Geral da República com supostas denúncias contra o ex-presidente Lula. Para o partido, "supostas afirmações" refletem apenas uma "tentativa desesperada de tentar diminuir a pena de prisão que Valério recebeu do STF".
Segundo a nota, assinada pelo presidente do PT, Rui Falcão, o depoimento é uma "sucessão de mentiras envelhecidas, todas claramente desmentidas". O partido considerou "lamentável que denúncias sem nenhuma base na realidade sejam tratadas com seriedade".
Mensalão
Durante os quatro meses de julgamento, o Supremo concluiu que o mensalão foi um esquema articulado de pagamento de uso de recursos públicos e privados para pagamento a parlamentares em troca da aprovação no Congresso de projetos de interesse do governo Lula e condenou 25 dos 37 réus. Segundo a denúncia da Procuradoria Geral da República, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado a mais de dez anos de prisão, foi o "chefe" do esquema, o que ele nega. (Veja 10 conclusões do STF sobre o caso.)

"Eles sabem que sou o garganta profunda do PT", diz Cachoeira sobre petistas depois de deixar a prisão



"Eles sabem que sou o garganta profunda do PT", diz Cachoeira sobre petistas depois de deixar a prisão

Lourdes Souza
Do UOL, em Goiânia


O PT foi o alvo de críticas de Carlos Cachoeira, no início da noite desta terça-feira (11), assim que deixou o Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, ele afirmou que sua prisão é interesse dos integrantes do partido. "Eles sabem que sou o garganta profunda do PT", disse Cachoeira em uma referência ao fato de saber informações sobre o partido.

Imagens do dia - 7 de dezembro de 2012




Foto 68 de 76 - O empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, voltou a ser preso na tarde desta sexta-feira, em Goiás. Ele foi condenado a 39 anos e 8 meses de prisão por diversos crimes, como corrupção ativa, formação de quadrilha e peculato. Sua prisão decorre da sentença, dada hoje, do processo criado após as investigações da Operação Monte Carlo, realizada em fevereiro pela Polícia Federal Mais Ricardo Rafael/O Popular/Futura Press
Ele desqualificou o relatório da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do Cachoeira e disse que quer conversar com seus advogados para falar mais sobre o assunto na quarta-feira (12). "Sei de muita gente que está envolvida com o relatório que possui relações com a Delta."
Após cinco dias preso, ele foi solto por alvará expedido pelo desembargador, Tourinho Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que determinou a soltura imediata. Cachoeira deixou o Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia, por volta das 18h50.

Veja vídeos sobre a CPI do Cachoeira - 125 vídeos


Ex-diretor da Dersa chora durante depoimento
29.ago. 2012 - O engenheiro Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa (estatal rodoviária de São Paulo), chorou durante depoimento à CPI.
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O pedido de habeas corpus foi feito na última segunda-feira (10) pelo advogado de Cachoeira, Nabor Bulhões.
Cachoeira voltou para a cadeia na sexta-feira (7) após o juiz Alderico Rocha Santos, da 11ª Vara da Justiça Federal, expedir pedido de prisão referente à operação Monte Carlo, deflagrada em fevereiro e que levou Cachoeira à prisão pela primeira vez.
O juiz o condenou a 39 anos e oito meses de prisão por diversos crimes de corrupção, peculato e formação de quadrilha.
O MPF-GO (Ministério Público Federal de Goiás) apresentou recurso à sentença do juiz Alderico Rocha Santos.
Os procuradores da República Lea Batista de Oliveira e Daniel de Resende Salgado pedem que a sentença seja corrigida com penas de prisão em regime fechado, multa proporcional aos danos causados e perdimento dos bens para os condenados.

Quem foi citado na investigação sobre Carlinhos Cachoeira




Foto 5 de 12 - O deputado federal e ator Stepan Nercessian (PPS-RJ) recebeu R$ 175 mil de Carlinhos Cachoeira, segundo reportagem da "Folha de S.Paulo". O parlamentar admitiu ter recebido o dinheiro e disse que é amigo de Cachoeira há muitos anos, já que os dois são de GoiásMais 14.dez.2011 - Alan Marques/Folhapress