sábado, 14 de junho de 2014

Evangelho Mateus 5,33-37.


























Sabado, dia 14 de Junho de 2014

Sábado da 10ª semana do Tempo Comum

Fernando de Portugal, o , Beata Francisca de Jesus (Nhá Xica), +1895

Comentário do dia
Santo Agostinho : «Eu, porém, digo-vos»: o cumprimento da Lei

1 Reis 19,19-21.

Naqueles dias, o profeta Elias partiu e encontrou Eliseu, filho de Safat, que andava a lavrar com doze juntas de bois diante dele; ele próprio conduzia a duodécima junta. Elias aproximou-se e lançou o seu manto sobre ele.
Eliseu deixou logo os seus bois, correu atrás de Elias e disse-lhe: «Deixa-me ir beijar meu pai e minha mãe, que depois te seguirei.» Elias disse: «Vai, mas volta, pois sabes o que te fiz.»
Eliseu, deixando Elias, tomou uma junta de bois e imolou-os. Com a lenha do arado cozeu as carnes, dando-as depois a comer à sua gente. Em seguida, pôs-se a caminho e seguiu Elias para o servir.

Mateus 5,33-37.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes o que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás diante do Senhor os teus juramentos.
Eu, porém, digo-vos: Não jureis de maneira nenhuma: nem pelo Céu, que é o trono de Deus,
nem pela Terra, que é o estrado dos seus pés, nem por Jerusalém, que é a cidade do grande Rei.
Não jures pela tua cabeça, porque não tens poder de tornar um só dos teus cabelos branco ou preto.
Seja este o vosso modo de falar: Sim, sim; não, não. Tudo o que for além disto procede do espírito do mal.»


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Santo Agostinho (354-430), bispo de Hipona (Norte de África), doutor da Igreja
«O espírito e a letra», §§27-33

«Eu, porém, digo-vos»: o cumprimento da Lei

A graça permaneceu velada no Antigo Testamento, mas foi revelada no Evangelho de Cristo quando chegaram os tempos previstos por Deus para a revelação da sua bondade. […] Comparando estas duas épocas, notamos uma diferença profunda. No sopé do Sinai, o povo, tomado de pavor, não ousava aproximar-se do local onde Deus dava a sua lei (Ex 19); enquanto no cenáculo, o Espírito Santo desceu sobre aqueles que estavam reunidos aguardando a realização da promessa (Act 2). Ali, o dedo de Deus trabalhou em tábuas de pedra (Ex 31,18); aqui, no coração dos homens (Lc 11,20). […]


«A realização perfeita da lei é o amor» (cf Mt 5,17). Esse amor de caridade não estava escrito nas tábuas de pedra, mas «derramou-se nos nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rom 5,5). Portanto, a lei de Deus é a caridade (Rom 13,10). O desejo da carne não se submete à lei de Deus; nem sequer é capaz disso (cf Rom 8,17); para reprimir o desejo da carne, foram escritas as obras de caridade nas tábuas de pedra; era a lei das obras, a letra que mata aqueles que praticam o mal. Mas, quando a caridade se espalhou no coração dos crentes, apareceu a lei da fé e o Espírito que dá a vida aos que amam.


Vede como a diferença entre essas duas leis se conjuga perfeitamente com as palavras do apóstolo Paulo: «É evidente que sois uma carta de Cristo, confiada ao nosso ministério, escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, que são os vossos corações» (2Cor 3,6.5). E tudo isso é admiravelmente confirmado pelo profeta Jeremias: «Dias virão em que firmarei uma nova aliança com a casa de Israel e a casa de Judá – oráculo do Senhor. Não será como a Aliança que estabeleci com seus pais. […] Imprimirei a minha lei no seu íntimo e gravá-la-ei no seu coração» (cf Jer 31,31s).