segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Evangelho Mateus 14,22-36.

Segunda-feira, dia 04 de Agosto de 2014

Segunda-feira da 18ª semana do Tempo Comum

S. João Maria Vianney, presbítero, +1859

Comentário do dia
São Tomás Moro : «Salva-me, Senhor!»

Jer. 28,1-17.
No quarto ano do reinado de Sedecias, rei de Judá, no quinto mês, Ananias, filho de Azur, profeta natural de Gabaon, falou deste modo a Jeremias no templo do Senhor, na presença dos sacerdotes e de todo o povo:
«Assim fala o Senhor do universo, Deus de Israel: ‘Vou quebrar o jugo do rei da Babilónia!
Dentro de dois anos, farei voltar a este lugar todos os objectos do templo do Senhor, que Nabucodonosor, rei da Babilónia, levou daqui e transportou para a Babilónia.
Para este lugar farei voltar Jeconias, filho de Joaquim, rei de Judá e todos os exilados de Judá que foram para a Babilónia, porque vou quebrar o jugo do rei da Babilónia’» – oráculo do Senhor.
O profeta Jeremias respondeu ao profeta Hananias, na presença dos sacerdotes e do povo que se aglomerava no templo do Senhor:
«Assim seja! Que o Senhor o permita! Realize o Senhor a tua profecia e traga de volta para este lugar o tesouro do templo, e todos os exilados cativos da Babilónia.
Contudo, ouve o que te vou dizer, a ti e a todo o povo:
Os profetas que nos precederam a mim e a ti, anunciaram a numerosos países e a poderosos reinos, guerra, fome e peste.
Quanto ao profeta que profetiza a paz, somente quando se realizar o seu oráculo é que se poderá saber se ele é realmente um enviado do Senhor.»
Então, o profeta Hananias retirou o jugo do pescoço do profeta Jeremias e, partindo-o,
exclamou na presença de todo o povo: «Oráculo do Senhor: ‘Assim, decorridos dois anos, quebrarei o jugo de Nabucodonosor, rei da Babilónia e retirá-lo-ei do pescoço de todas as nações!’» Então, o profeta Jeremias retirou-se.
Depois que o profeta Hananias quebrou e retirou o jugo do pescoço de Jeremias, a palavra do Senhor foi dirigida a Jeremias, nestes termos:
«Vai dizer a Hananias: Isto diz o Senhor: ‘Quebraste jugos de madeira, mas, em vez deles, farei jugos de ferro.’
Porque isto diz o Senhor do universo: ‘Eu ponho um jugo de ferro ao pescoço de todas estas nações, a fim de que se submetam a Nabucodonosor, rei da Babilónia. Ficar-lhe-ão submetidas, e até lhe darei poder sobre os animais selvagens.’»
E Jeremias acrescentou, dirigindo-se ao profeta Hananias: «Escuta a minha voz, Hananias! O Senhor não te enviou. És tu que levas o povo a crer na mentira!
Por isso, eis o que diz o Senhor: ‘Vou retirar-te da face da terra. Morrerás ainda este ano, porque pregaste a revolta contra o Senhor!’»
E o profeta Hananias morreu naquele ano, no sétimo mês.

Mateus 14,22-36.
Depois de ter saciado a fome à multidão, Jesus obrigou os discípulos a embarcar e a ir adiante para a outra margem, enquanto Ele despedia as multidões.
Logo que as despediu, subiu a um monte para orar na solidão. E, chegada a noite, estava ali só.
O barco encontrava-se já a várias centenas de metros da terra, açoitado pelas ondas, pois o vento era contrário.
De madrugada, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar.
Ao verem-no caminhar sobre o mar, os discípulos assustaram-se e disseram: «É um fantasma!» E gritaram com medo.
No mesmo instante, Jesus falou-lhes, dizendo: «Tranquilizai-vos! Sou Eu! Não temais!»
Pedro respondeu-lhe: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas.»
«Vem» disse-lhe Jesus. E Pedro, descendo do barco, caminhou sobre as águas para ir ter com Jesus.
Mas, sentindo a violência do vento, teve medo e, começando a ir ao fundo, gritou: «Salva-me, Senhor!»
Imediatamente Jesus estendeu-lhe a mão, segurou-o e disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?»
E, quando entraram no barco, o vento amainou.
Os que se encontravam no barco prostraram-se diante de Jesus, dizendo: «Tu és, realmente, o Filho de Deus!»
Após a travessia, pisaram terra em Genesaré.
Ao reconhecerem-no, os habitantes daquele lugar espalharam a notícia por toda a região. Trouxeram-lhe todos os doentes,
suplicando-lhe que, ao menos, os deixasse tocar na orla do seu manto. E todos aqueles que a tocaram, ficaram curados.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

São Tomás Moro (1478-1535), estadista inglês, mártir
Carta escrita no cárcere a sua filha, 1534 (trad. Breviário, 22/6, rev.)

«Salva-me, Senhor!»

Não vou deixar de ter confiança, Meg, na bondade de Deus, por mais receio que tenha de, com medo, poder vacilar. Mas lembro-me sempre de São Pedro que, à primeira rajada de vento, começou a afundar-se por causa da sua pouca fé; se tal me vier a acontecer, farei como ele: gritar por Cristo e pedir-Lhe que me ajude. E assim espero que Ele estenda a Sua mão para me segurar e me salvar das águas tumultuosas, impedindo que me afogue.



E se Ele permitir que a minha semelhança com Pedro vá mais longe, ao ponto de me precipitar e cair totalmente, jurando e abjurando (que de tal coisa Deus me livre na sua infinita misericórdia e que, se assim for, dessa queda me venha antes mal do que bem), ainda assim espero que o Senhor me dirija, tal como fez a Pedro, um olhar cheio de compaixão (Lc 22,61) e me levante de novo para que possa outra vez confessar a verdade da minha consciência e suportar aqui o castigo e a vergonha da minha anterior negação.



Por fim, querida filha, estou plenamente convencido de que, sem culpa própria, Deus não me abandonará. Por isso, com toda a certeza e esperança me entrego nas suas mãos. […] Assim, minha querida filha, fica tranquila e não te preocupes comigo, seja o que for que me aconteça neste mundo. Nada pode acontecer-me que Deus não queira. E seja o que for que Ele queira, por muito mau que nos pareça, é na verdade o melhor.

Domingo, dia 03 de Agosto de 2014

18º Domingo do Tempo Comum - Ano A
XVIII Domingo Comum (semana II do saltério)

Santa Lídia, + cerca de 60

Comentário do dia
Santo Atanásio : «Um lugar deserto, afastado»

Is. 55,1-3.

Eis o que diz o Senhor: «Todos vós que tendes sede, vinde beber desta água. Mesmo os que não tendes dinheiro, vinde, comprai trigo para comer sem pagar nada. Levai vinho e leite, que é de graça.
Porque gastais o vosso dinheiro naquilo que não alimenta? E o vosso salário naquilo que não pode saciar-vos? Se me escutardes, havereis de comer do melhor, e saborear pratos deliciosos.
Prestai-me atenção e vinde a mim. Escutai-me e vivereis. Farei convosco uma aliança eterna, e a promessa a David será mantida.

Romanos 8,35.37-39.

Irmãos. Quem poderá separar-nos do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada?
Mas em tudo isso saímos mais do que vencedores, graças àquele que nos amou.
Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem as potestades,
nem a altura, nem o abismo, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus que está em Cristo Jesus, Senhor nosso.

Mateus 14,13-21.

Naquele tempo, quando Jesus ouviu que João Baptista tinha sido morto, retirou-Se dali sozinho num barco, para um lugar deserto; mas o povo, quando soube, seguiu-O a pé, desde as cidades.
Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e, cheio de misericórdia para com ela, curou os seus enfermos.
Ao entardecer, os discípulos aproximaram-se dele e disseram-lhe: «Este sítio é deserto e a hora já vai avançada. Manda embora a multidão, para que possa ir às aldeias comprar alimento.»
Mas Jesus disse-lhes: «Não é preciso que eles vão; dai-lhes vós mesmos de comer.»
Responderam: «Não temos aqui senão cinco pães e dois peixes.»
«Trazei-mos cá» disse Ele.
E, depois de ordenar à multidão que se sentasse na relva, tomou os cinco pães e os dois peixes, ergueu os olhos ao céu e pronunciou a bênção; partiu, depois, os pães e deu os aos discípulos, e estes distribuíram-nos pela multidão.
Todos comeram e ficaram saciados; e, com o que sobejou, encheram doze cestos.
Ora, os que comeram eram uns cinco mil homens, sem contar mulheres e crianças.


Da Bíblia Sagrada - Edição dos Franciscanos Capuchinhos - www.capuchinhos.org



Comentário do dia:

Santo Atanásio (295-373), bispo de Alexandria, doutor da Igreja
24ª Carta para a festa da Páscoa

«Um lugar deserto, afastado»

Todos os santos tiveram de fugir da porta larga e do caminho espaçoso (Mt 7,13), vivendo a virtude em lugar deserto: Elias, Eliseu […], Jacob. […] O deserto é o abandono da agitação da vida, que proporciona ao homem a amizade com Deus. Abraão, quando saiu da terra dos caldeus, foi chamado «amigo de Deus» (Tg 2,23). Também o grande Moisés, quando saiu da terra do Egipto, […] falou com Deus face a face, foi salvo das mãos dos seus inimigos e atravessou o deserto. Todos eles são a imagem da saída das trevas para a luz admirável, e da subida para a cidade que está no céu (Heb 11,16), a prefiguração da verdadeira felicidade e da festa eterna.


Quanto a nós, temos connosco a realidade que foi anunciada por sombras e símbolos, isto é, a imagem do Pai, nosso Senhor Jesus Cristo (Col 2,17; 1,15). Se O recebermos como alimento em todos os momentos, e se marcarmos com o seu sangue as portas da nossa alma, seremos libertos dos trabalhos do Faraó e dos seus inspectores (Ex 12,7; 5,6ss). […] Agora, encontrámos o caminho para passar da terra ao céu. […] No passado, por intermédio de Moisés, o Senhor precedia os filhos de Israel numa coluna de fogo e numa espessa nuvem; agora, Ele próprio nos chama dizendo: «Se alguém tem sede, venha a Mim e beba; daquele que crê em Mim sairão rios de água viva, que jorra para a vida eterna» (Jo 7,37ss).


Portanto, que cada um se prepare com um desejo ardente de ir a esta festa; que escute o chamamento do Salvador, porque é Ele que nos consola a todos e a cada um em particular. Que aquele que tem fome venha a Ele: Ele é o verdadeiro pão (Jo 6,32). Que aquele que tem sede, venha a Ele: Ele é a fonte de água viva (Jo 4,10). Que o doente venha a Ele: Ele é o Verbo, a Palavra de Deus, que cura os doentes. Se alguém está sobrecarregado pelo peso do pecado e se arrepende, que se refugie a seus pés: Ele é o repouso e o porto de salvação. Que o pecador tenha confiança, porque Ele disse: «Vinde a Mim, vós todos que estais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei» (Mt 11,28).